Acre e Fundação Merieux inauguram laboratório de biologia molecular

18 Abril, 2016

A partir desta terça-feira, 19, o Acre terá seu primeiro laboratório de biologia molecular, sendo um dos mais modernos do país para diagnóstico e pesquisas. A unidade foi construída pela Fundação Merieux, da França, e está localizada ao lado do Hospital das Clínicas.

“Esse laboratório está na linha de pesquisa da região amazônica e vai trazer inúmeros benefícios para nossa população”, ressaltou Tião Viana, governador do Estado. Dentre as vantagens, o médico infectologista, Thor Dantas, ressalta que ao fazer diagnósticos o laboratório possibilitará também que haja avanços em pesquisas na área de doenças virais. “Isso permitirá identificar os tipos de doenças existentes nesta região, as suas características e locais em que elas incidem”, explicou médico.

O médico hepatologista Raymundo Paraná, da Universidade Federal da Bahia, auxiliou o Acre na instalação dessa unidade na região e também celebra a conquista para a saúde do Estado.

“Existem perguntas [nos estudos virais] que só a região amazônica pode responder. Havendo uma articulação entre governo do Estado, a Fiocruz, o Ministério da Saúde e as universidades, esse vai ser um equipamento com capacidade para mudar a história da produção científica no Acre”, disse Paraná em recente entrevista.

 

O Acre desenvolvendo pesquisas

O laboratório possibilitará a realização de exames complexos que fazem parte da rotina do sistema de saúde, como de hepatite delta, mas que até então eram feitos fora do estado.

Na unidade também será possível desenvolver pesquisas em diversas doenças endêmicas, hepatites virais, tuberculose, entre outras, além de servir de campo para formação de recursos humanos na área de diagnóstico molecular.

Os equipamentos de alta tecnologia instalados no Acre foram importados da França, incluindo uma rede de filtros de ar especializada com bloqueio de partículas que impede que as amostras de microrganismos analisadas sejam contaminadas. A unidade acreana tem o mesmo padrão das demais encontradas em outros países, com investimentos que chegam a um milhão de euros (cerca de R$ 4 milhões).

 

Laboratório revolucionário

Desde seu período de estudos na França, Paraná criou uma história de cooperação com centros estrangeiros, entre eles a Fundação Merieux, braço filantrópico de um conglomerado que atua na área de saúde, produção de vacinas e kits comerciais para diagnósticos. Nela, o médico viu em seus projetos uma oportunidade para a Amazônia.

“Já conhecia esse projeto filantrópico deles que desenvolvia projetos em países como Vietnã, Mongólia e Camboja, e meu papel foi levar a eles a ideia de também atuarem no Brasil. Estamos numa situação melhor que a desses países, mas quando eu levei para eles a situação da Amazônia, as dificuldades geográficas e de acesso aos serviços de saúde, mas também as conquistas que tivemos, eles se sensibilizaram e pediram um projeto de investimento”, recorda.

O laboratório é destinado principalmente para o estudo das hepatites virais, mas poderá se voltar a vírus que só circulam por aqui, como o oropouche, além daqueles de impacto mundial como os da zika, chikungunya e dengue.

Paraná acredita que a unidade acreana será o melhor laboratório molecular do Brasil. E mesmo com tudo isso, para o médico baiano que tanto aposta no Acre, o laboratório também terá um significado especial por causa de um detalhe único: “Ali na frente do laboratório há uma castanheira que foi plantada por mim em 2000 ou 2001, junto com o Tião Viana, o Jorge Viana e o doutor Tavares Neto. Essa castanheira, para mim, tem um significado muito especial, e ela deve estar bem grande, porque está frutificando com o laboratório Merieux”.

A Fundação Merieux é o setor filantrópico da holding francesa Merieux que desenvolve atividades na área de saúde em países em desenvolvimento, arcando com as despesas de infraestrutura e compra de equipamentos, e acompanha durante três anos, em média, o funcionamento dos laboratórios.

A instituição está presente no Haiti, Laos, Bangladesh, Camboja, Madagascar, Mali e Líbano, e iniciou suas atividades no Brasil na década de 1970, quando o país registrou um surto de meningite. Além do Acre, apenas a Bahia foi escolhida no país para receber seus investimentos.

 

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